Força tarefa é criada para atuar contra ilícitos ambientais na área Yanomami

Fonte: http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=148221

VANESSA LIMA


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A Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Federal (PF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Exército Brasileiro e a Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) da Polícia Militar montaram uma força tarefa para atuar permanentemente contra ilícitos ambientais na Terra Indígena Yanomami.

A primeira ação de fiscalização das instituições federais e estadual ocorreu semana passada, no município de Mucajaí. Um garimpo ativo na nascente do rio Apiaú foi desativado. A área foi degradada pelos garimpeiros que se evadiram do local antes da chegada da equipe.

Os motores usados na atividade ilegal de extração de minérios e o triturador de pedras encontrados na área foram destruídos, assim como o barraco erguido e uma motocicleta. Devido ao nível baixo do rio, os garimpeiros têm entrado na reserva indígena via terrestre.

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A equipe chegou terça-feira, 12, na vila do Apiaú e entrou até a margem do rio. De voadeira, eles passaram um dia para chegar ao ponto de garimpo. Através de um trabalho de inteligência e de constante monitoramento e sobrevôos foi possível identificar a atividade ilegal na área, que estava contaminando a nascente do rio Apiaú.

“Essa foi apenas a primeira ação da força tarefa constituída por instituições federais e estaduais que atuam na questão de prevenção de ilícitos ambientais. A atuação conjunta era um projeto que já vinha sendo discutido e agora foi colocado em prática”, informou João Batista Catalano, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami/Ye’Kuana da Funai.

Segundo ele, a ideia é que as ações conjuntas sejam permanentes dentro da reserva Yanomami. Nesse primeiro semestre o trabalho deverá ocorrer de forma tímida devido a dificuldade de acesso via fluvial, mas para o segundo semestre do ano a previsão é de atuação constante contra os crimes ambientais.

O foco da força tarefa é coibir todos os tipos de ilícitos ambientais dentro da terra indígena. “Não é apenas o registro de garimpo que temos, mas de pesca predatória e retirada ilegal de madeira”, destacou Catalano.

Ele informou que existem áreas na Terra Indígena Yanomami onde não há garimpo, mas predomina os outros tipos de crime. A região do Ajarani é um exemplo. No local, o maior problema é a captura de quelônios e do pirarucu.  

“A ideia é cada vez mais trabalhar em conjunto e estar mais presente na área coibindo os ilícitos”, comentou, ao enfatizar que existe todo um trabalho de inteligência antes da equipe ir a campo.