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Liderança Yanomami denuncia possível desvio de recursos na educação

18/11/2010 08h58

Por   Neuraci Soares, Jornal Folha de Boa Vista.

Os índios Yanomami aproveitaram a presença da secretária adjunta estadual de Educação, Alda Regina, na IV Assembleia Geral da Hutukara Associação Yanomami, para reivindicar mais uma vez ações na área de educação e denunciar a não aplicação de recursos do Plano de Ações Articuladas para a Educação Indígena (PAR), que faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do MEC, da ordem de R$ 619 mil.

Segundo o tesoureiro da Hutukara, Dário Kopenawa, os recursos do PAR Indígena deveriam se aplicados em dois cursos de formação e acompanhamento pedagógico às escolas no ano de 2010, mas até o momento nada foi realizado neste sentido.

Eles reivindicaram também a certificação dos professores formados no ensino médio pelo projeto Yarapiari promovido pelo ISA e o apoio as 35 escolas Yanomami criadas pela SECD/RR, mas, segundo eles, abandonadas durante todo o ano de 2010.

Representantes de várias comunidades onde não há escola também manifestaram à secretária adjunta o desejo de que sejam implantadas em suas aldeias e de que pessoas da comunidade sejam formadas como professores.

Dário disse que das 35 escolas localizadas na terra Yanomami, apenas 23 são reconhecidas e todas se encontram em estado precário. Para ele, devido ao grande número de índios, pouco mais de 19 mil, distribuídos em 120 comunidades, seriam necessárias pelo menos 200 escolas para atender a demanda do seu povo.

A coordenadora do Projeto de Educação Yanomami do ISA, Lídia Montanha, lamentou que, em 11 anos do Projeto Yarapiari, este seja o primeiro ano em que não houve curso de formação de professores Yanomami. Isso se deu porque até o momento não foram aplicados os recursos garantidos pelo PAR Indígena.

Diante das muitas reivindicações e manifestações de descontentamento, Dário disse que a secretaria pretende ao menos regularizar o atendimento as 35 escolas criadas antes de criar novas. E sobre os recursos do PAR Indígena, ela não soube dizer se o dinheiro chegou ou não à sua pasta.

EDUCAÇÃO – A Folha tentou contanto com a secretária adjunta da Educação, Alda Regina, para falar sobre as reivindicações e denúncias dos Yanomami, mas não teve nenhum retorno até o fechamento desta edição.